Clubes da Libra repudiam ação do Flamengo que bloqueou R$ 77 milhões em direitos de TV

Palmeiras, São Paulo, Santos e Atlético-MG divulgaram notas de repúdio neste sábado, 27 de setembro de 2025, contra a decisão do Flamengo de recorrer ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para interromper o pagamento de R$ 77 milhões da Libra, valor referente a uma parcela dos direitos de transmissão por pay-per-view do Campeonato Brasileiro.

A liminar foi concedida no fim da semana e trava a quantia que seria distribuída a 16 clubes integrantes da Liga do Futebol Brasileiro (Libra): Palmeiras, Bragantino, São Paulo, Santos, Atlético-MG, Bahia, Grêmio, Vitória, Remo, Paysandu, Volta Redonda, ABC, Guarani, Sampaio Corrêa, Brusque e o próprio Flamengo.

Posição dos clubes

• Palmeiras classificou a iniciativa rubro-negra como “predatória” e “torpe”, afirmando que o objetivo seria asfixiar financeiramente os demais participantes para obter vantagens individuais. O clube frisou que, mesmo podendo se beneficiar da mudança, defende o crescimento coletivo do futebol nacional.

• São Paulo declarou que a conduta não condiz com a história do Flamengo e que o bloqueio prejudica o caixa das equipes que contam com a verba para custeio diário.

• Santos criticou a tentativa de “mudar as regras do jogo com o campeonato em andamento” e reforçou a necessidade de união entre os clubes para fortalecer a modalidade no país.

• Atlético-MG descreveu a postura do Flamengo como “sorrateira e mesquinha”, destacando que a decisão viola o fair play e aprofunda a crise financeira de várias agremiações.

Entenda a disputa

O contrato entre a Libra e a TV Globo, assinado em 2024 e válido até 2029, prevê divisão de receitas de pay-per-view em três partes: 40% igualmente entre os membros, 30% conforme a classificação final e 30% segundo a audiência gerada por cada clube.

Em assembleias realizadas em 16 de maio e 26 de agosto de 2025, o Flamengo contestou o critério que lhe atribui 20,41% da fatia de audiência — porcentual considerado inferior aos 47% de participação que o clube afirma ter no público pagante. Sem acordo, a atual diretoria, presidida por Luiz Eduardo Baptista, ingressou com ação judicial alegando prejuízo superior a R$ 100 milhões por temporada, o que representaria perda de 37% em relação ao vínculo anterior.

O processo, em segredo de Justiça, conseguiu em segunda instância o bloqueio de R$ 77 milhões, quantia correspondente a uma das quatro parcelas do repasse anual. O Flamengo sustenta que tentou solução amigável e que o depósito judicial atinge apenas os 30% relativos à audiência, deixando livres os demais 70% dos valores.

A Libra e os clubes afetados anunciaram que irão recorrer para restabelecer o fluxo de caixa e manter o acordo vigente.

Com informações de ge.globo.com

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