Debate sobre falta de craques no futebol brasileiro opõe ex-jogadores e comentaristas
O intervalo de 23 anos sem título mundial da seleção masculina reacendeu a discussão sobre a capacidade do país de revelar jogadores de elite. Em entrevistas publicadas em 24 de setembro de 2025 pelo ge, ex-atletas que brilharam entre as décadas de 1980 e 2000 e analistas de diferentes gerações divergiram sobre a suposta queda de qualidade do futebol nacional.
Críticas dos campeões de 1994
Campeão do mundo em 1994, Muller comparou os reservas daquela campanha aos nomes atuais e foi categórico ao afirmar que o Brasil tinha mais chances de conquistar a Copa com o banco de então, que incluía Ronaldo, Cafu, Viola, Paulo Sérgio e Branco. Para ele, “os jogadores de hoje pensam pouco e correm muito”.
Djalminha e Marcelinho Carioca, contemporâneos de Muller, reforçaram o diagnóstico. Ambos consideram Neymar o último grande craque formado no país. Marcelinho apontou escassez de habilidade e inteligência em campo; Djalminha lamentou o desaparecimento do “espetáculo” que atraía o público aos estádios.
Opiniões de cinco comentaristas
Para aprofundar o tema, o portal ouviu cinco analistas. Cada um respondeu se o Brasil parou de produzir craques e se a evolução do esporte nivelou talento e preparo físico.
Caio Ribeiro
O ex-atacante considera a comparação de épocas delicada. Ele admite que, em 2002, havia mais protagonistas – Ronaldo, Rivaldo, Cafu e Roberto Carlos são citados como exemplos –, mas lembra que o futebol atual é mais físico e estudado. Caio destaca Neymar, Vinícius Júnior, Raphinha e a promessa Estêvão como indícios de que a qualidade ainda existe, embora em menor quantidade.
Ana Thaís Matos
A comentarista afirma que o conceito de craque mudou. Segundo ela, as categorias de base passaram a priorizar obediência tática e intensidade física, reduzindo o improviso – marca registrada do futebol brasileiro. Para Ana, esse novo perfil deixa o jogador nacional mais “comum” e facilita o equilíbrio com seleções de tradição inferior.
Grafite
Convocado para a Copa de 2010, o ex-centroavante vê dificuldade maior para ascender às seleções atualmente e sustenta que o 7 a 1 contra a Alemanha, em 2014, reforçou a influência europeia na formação. Ele aponta Neymar como o último craque e deposita expectativa em Endrick e Estêvão, mas alerta para a profissionalização precoce de jovens de 12 ou 13 anos, já envolvidos com contratos publicitários e empresários.
André Balada
O ex-jogador entende que há escassez global de talentos. Para ele, o craque moderno é definido por força e explosão, em vez de técnica refinada. André prefere a “velha guarda”, porém reconhece que as exigências físicas atuais tornaram o jogo incomparável ao de décadas passadas.
PC Vasconcellos
O jornalista considera exagero afirmar que o Brasil não produz mais craques. Ele admite que, nos últimos 15 anos, apenas Neymar atingiu status excepcional, mas lembra que o país segue exportando atletas importantes. PC ressalta a evolução física do futebol e a “guerra de narrativas” entre quem exalta o passado e quem valoriza o presente.
Perguntas que pautaram o debate
Os convidados responderam a três questões principais:
- O Brasil deixou de formar craques?
- Os jogadores campeões até 2002 eram superiores aos de hoje?
- O esporte evoluiu ou há apenas disputa entre gerações?
As respostas mostram consenso sobre a mudança de perfil do atleta brasileiro, mas divergem quanto à existência de um declínio definitivo. Enquanto ex-jogadores das décadas de 1990 e 2000 apontam perda de talento, parte dos comentaristas vê adaptação às exigências atuais e ressalta nomes que ainda se destacam no cenário mundial.
Com informações de ge.globo.com

Imagem: Internet
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