Doval, o artilheiro estrangeiro do Flamengo que perdeu a vida após visita ao time na Argentina

Rio de Janeiro – A presença do Flamengo na Argentina para enfrentar o Estudiantes, nesta quinta-feira, remete à história de Narciso Horacio Doval, ídolo rubro-negro que faleceu em Buenos Aires, aos 47 anos, logo depois de acompanhar o clube em um jogo contra o mesmo adversário, em 1991.

Parada cardíaca horas após a vitória

Doval chefiava a delegação carioca na partida de 9 de outubro de 1991 pela então Supercopa Libertadores, vencida pelo Flamengo por 2 a 0, gols de Zinho e Gaúcho. Três dias depois, por volta das 8h de 12 de outubro, sofreu uma parada cardíaca ao sair da boate New York City, na capital argentina. O jornal “O Globo” noticiou a morte na edição de 13 de outubro.

O elenco rubro-negro deixou Buenos Aires na madrugada em que o ex-atacante sofreu o mal-súbito e recebeu a notícia já no Rio de Janeiro. Júnior, então com 37 anos e titular naquele confronto, relatou o choque: “Ele tinha estado conosco no hotel, incentivando todo mundo. Parecia em ótima forma e continuava extrovertido”, afirmou o ex-lateral.

Maior goleador estrangeiro do clube

Nascido em Buenos Aires, Doval marcou 94 gols em 263 partidas pelo Flamengo entre 1969 e 1975, o que o mantém como o estrangeiro com mais gols pela equipe. Contratado aos 21 anos por indicação do técnico Tim, o “Gringo” – também chamado de “El Loco” e “Diabo Loiro” – rapidamente conquistou a torcida com habilidade, velocidade e raça.

Foi artilheiro do Campeonato Carioca de 1972, com 16 gols, e decisivo nos títulos estaduais de 1972 e 1974. “Foi o maior centroavante com quem joguei no Flamengo”, resumiu Júnior sobre o antigo companheiro.

A ida para o Fluminense e a música de Jorge Ben Jor

Em 1976, Doval trocou a Gávea pelas Laranjeiras numa negociação que envolveu seis jogadores. Pelo Fluminense, marcou o gol do título carioca daquele ano e terminou a competição com 20 gols. A transação inspirou Jorge Ben Jor a compor “Troca-Troca”. Mesmo defendendo o rival, o argentino manteve a ligação afetiva com o Flamengo, frequentava a sede do clube e declarava publicamente seu amor ao Rubro-Negro.

Vida de “carioca” e fama fora do campo

Naturalizado brasileiro em 1976, Doval recusou propostas de clubes europeus, afirmando não querer “morar no frio”. Fã de praia e praticante de futevôlei, virou figura conhecida em Copacabana. A apresentadora Xuxa Meneghel contou, anos depois, que tinha um “crush” no jogador e telefonava para ele repetidamente na adolescência apenas para ouvir seu “alô” com sotaque argentino.

O jornal argentino Clarín definiu a relação com o Rio de Janeiro de forma emblemática: “Doval é para o Rio o que Pelé é para o restante do Brasil”.

Títulos conquistados pelo Flamengo

• Campeonato Carioca: 1972 e 1974
• Taça Guanabara: 1970, 1972 e 1973
• 3º turno do Carioca: 1974
• Torneio Internacional de Verão: 1970
• Torneio do Povo: 1972
• Quadrangular de Goiás: 1975
• Quadrangular de Jundiaí: 1975

A frase dita por ele ao elenco rubro-negro um dia antes da morte – “Uma vez Flamengo, Flamengo até morrer” – resume a trajetória do argentino que virou símbolo na Gávea.

Com informações de ge.globo.com


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